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SOBRE

Um blog sobre mim e sobre as coisas que me rodeiam!

O sabor do mirtilo faz parte de um processo de experimentação ambíguo. 
O seu carácter amargo contrasta com o seu lado doce. 
Vive nesta dualidade sem ter culpa. 
Salta de boca em boca, ora elevando a sua acidez, ora elevando a sua doçura.
O mirtilo é difícil, complicado, doido, perturbado, sufocado. Eu também. 
O mirtilo é delicado, disposto, composto, amigo, feliz. Eu também. 
O mirtilo é uma esfera. Pequena. Grande. Não interessa. Não espera. 
Gira sobre si mesmo, enquanto partilha conteúdos assim e outros assado. 
Eu também. 
Ser um mirtilo possibilita ter várias visões do mundo. 
Sem medo, vergonha, julgamento ou snobismo. 
Enquanto o sabor do mirtilo não se torna efémero, vou tentar congelá-lo aqui, à espera de tantas outras bagas.

2 comentários:

  1. Incrível!
    Essa descrição de sobre, foi, a meu ver, tão... tão... diferente. Adorei como tu expõe a inconstância de se ser quem si é. Eu acho que é isso que assusta as pessoas pois nós seres humanos somos insconstantes e isso, muitas vezes, traz conflitos pois gostaríamos que tudo seguisse uma linha reta, paupável, segura. De uns tempos para cá comecei a perceber que a vida quando é bela em si mesma não tem sentido, pois ter sentido é ter um fim ou uma meta final. Ma a vida é eterna em si mesma e muitos de nós realmente estamos a intuir isso e quanto mais nós nos mergulhamos em nós mesmo percebemos que tem algo lá dentro algo que não faz sentido algum mas que de um modo meio estranho faz todo sentido em sua falta de sentido e notei que era o amor e a consciência, a base para isso a que chamamos vida, a essência da vida. Estranho quando tudo perde o sentido tudo se torna tão significante, tão agora, tão atual. Um minuto pode representar éons de tempo. Um beijo de 1 minuto pode valer mais do que todos os beijos que temos dado em todas a vidas e, muitas vezes nos perguntamos o por que, pois não parece ter sentido. Mas o segredo é não procurar sentido para vida pois a vida com sentido é uma vida autômata. Não é viver, é existir, sobreviver e não há vida na sobrevivência e sim apenas um alívio que, por ora, nos afaga e conforta o intelecto por um breve momento. Mas a angústia logo volta por ainda estarmos a procurar o sentido e com isso deixamos a vida passar a qual se manifesta de momentos que mesmo que pareça insignificantes são diamantes brutos que devem ser polidos e a pedra que poli tais diamantes é a nossa vontade de viver aquele instante não importando se haverá um depois, o agora pelo agora e o futuro é, simplesmente o reflexo de quão no agora temos estados.

    Desculpa o comentário! é que o seu "Sobre" mexeu comigo e eu tive que me soltar agora senão não me sentiria bem depois. Aprendi que quando a vontade bate em nosso peito temos que obedecer mesmo que a cabeça diga não não.
    Beijos de um desconhecido conhecido que nunca se esconde na internet.

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    1. Obrigada pelas palavras! Os desabafos são sempre bons! A vida não precisa de se perder na busca de um sentido, de uma essência. Basta viver, com momentos simples e complexos :)

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